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2022/11/04

Vila Martel: a porta continua fechada e os ateliers inacessíveis

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Em 2016, perante um projeto de demolição, o passado foi relembrado por muitos. Mas hoje a Vila Martel, onde se instalaram os primeiros ateliers de pintura de Lisboa, é um espaço esquecido. Em cima da placa onde se inscreve o nº55 na rua das Taipas, ainda é legível, escrito a caneta, um nome curioso: “Vila Martel”. Aquele é um edifício pequeno pintado de cor-de-rosa pálido, com dois andares e águas-furtadas. Para lá daquela porta, assente na encosta que desce para o jardim de São Pedro de Alcântara e da rua D. Pedro V para a Avenida da Liberdade, instalaram-se os primeiros ateliers conjuntos de artistas de Lisboa. O Pátio Martel que deu origem à Vila Martel – uma vila operária como tantas outras de quando o republicanismo tomou a capital, mas esta dedicada aos artistas. Aqui habitam as recordações de artistas tão importantes na cidade de Lisboa como Columbano Bordalo Pinheiro (e até mesmo da sua irmã Maria Augusta, que ali abriu uma escola de rendas), José Malhoa, Carlos Reis, Eduardo Viana, Francisco Franco e Jorge Colaço. Foi o primeiro atelier de artistas que houve em Lisboa, onde Rafael Bordalo Pinheiro cozeu as suas primeiras tentativas de cerâmica, D. Maria Augusta Bordalo Pinheiro montou a sua oficina escola de rendas artísticas, e Columbano, amigo íntimo de meu Tio, expôs, aos lisboetas, o seu primeiro quadro premiado em Paris no Salon, o Concerto de Amadores. Aqui habitam as recordações de artistas tão importantes na cidade de Lisboa como Columbano Bordalo Pinheiro (e até mesmo da sua irmã Maria Augusta, que ali abriu uma escola de rendas), José Malhoa, Carlos Reis, Eduardo Viana, Francisco Franco, Jorge Colaço. O projeto previa 12 pisos de estacionamento, mais dois que se ligariam ao hotel. Da vila, os únicos espaços a preservar seriam precisamente os ateliers. Mas entretanto o projeto foi chumbado, tendo em conta “a excessiva volumetria proposta para o novo corpo de unidades de alojamento e estacionamento do hotel”, conforme afirmou Paula Silva, então diretora-geral do Património Cultural, exigindo-se assim a sua revisão. Vila Martel, uma comunidade de artistas, uma porta fechada e os ateliers inacessíveis.

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