Moradores dos bairros históricos pedem revisão do Licenciamento Zero
LISBOA
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Associação Aqui Mora Gente diz que abertura de bares sem necessidade de licença, nem fiscalização prévia, provocou uma "proliferação descontrolada" destes estabelecimentos. A autarquia lisboeta é acusada de estar a contribuir para a "desertificação dos bairros".
“O Licenciamento Zero, realmente, está a ser uma catástrofe para as câmaras municipais, para as freguesias, portanto eu como presidente da câmara posso falar com Governo e dizer que não é correto", declarou Carlos Moedas, no passado mês de fevereiro, sublinhando que a competência de legislar não é da câmara.
A Associação, que reúne moradores dos bairros históricos de Lisboa, pede a "revisão urgente" da lei que instituiu o Licenciamento Zero e exige uma atitude "mais proativa e enérgica das autoridades" na fiscalização da atividade de bares e restauração no casco histórico da cidade, em particular em bairros como a Bica, Cais do Sodré e Bairro Alto, três das zonas mais movimentadas da vida noturna lisboeta.
A associação já enviou ao executivo camarário, à Assembleia Municipal de Lisboa e ao Ministério do Ambiente, estes moradores falam numa "situação insustentável", com a "proliferação descontrolada de bares, restaurantes e estabelecimentos de diversão noturna", em resultado das "distorções do chamado Licenciamento Zero".
Na origem do problema, consideram os moradores, está o Licenciamento Zero, uma medida integrada no programa Simplex, com o objetivo de simplificar os processos de licenciamento de algumas atividades económicas, como os estabelecimentos de restauração ou bebidas. Este quadro legal, que entrou em vigor em 2013, instituiu, entretanto, a figura legal da mera comunicação prévia como condição para o licenciamento de uma extensa lista de atividades de comércio, serviços e restauração. A fiscalização ao cumprimento das regras legais fica, assim, remetida para um momento posterior. Mas este sistema não está a funcionar, argumentam os moradores.
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