Com a progressiva desativação do parque hospitalar, a Colina de Santana será alvo de uma intervenção à escala de bairro, de acordo com o princípio da “Cidade dos 15 minutos”. A Assembleia Municipal de Lisboa (AML), apresentou hoje a primeira sessão de um debate temático sobre a Colina de Santana.
No encontro de hoje, dedicado à “Vertente Imobiliária”, a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, apresentou o retrato e a visão da Câmara Municipal de Lisboa para a Colina de Santana, que se estende por 125 hectares, em quatro freguesias: Arroios, Santo António Santa Maria e São Vicente, onde residem cerca de 13 400 pessoas.
O “equilíbrio e a diversidade de usos”, com novos equipamentos, espaços verdes, comércio e serviços de proximidade, integram a visão para este espaço do centro histórico, afirmou Joana Almeida. A intervenção, sublinhou, pretende impedir a perda de identidade e património cultural, bem como a descontinuidade territorial ou vazios urbanos.
De acordo com a Carta Municipal de Habitação, de 2024, o local apresenta potencial para a construção de 340 casas em património municipal, acrescentou, estando já em obra seis casas na Rua de São José, e 92 em projeto/obra na Rua Gomes Freire.
Em projeto, estão ainda 12 casas na Praça José Fontana, 15 em Cabeço de Bola, 131 na Rua de São Lázaro, e 85 no Paço da Rainha.
Helena Roseta, antiga vereadora e presidente da Assembleia Municipal, e impulsionadora do primeiro debate sobre a Colina
de Santana, em 2013, começou por relembrar Gonçalo Ribeiro Telles, “um grande mestre”, que teve “um papel importante na cidade”, na defesa dos logradouros, dos pequenos jardins privados, e na “urgência de salvar todo esse património” na Colina de Santana.
Na intervenção que encerrou o painel, Helena Roseta lançou o desafio para uma visita à: “A Sala da Aula da Esfera”, no Hospital de São José, cuja "proteção e salvaguarda constitui um dever de todos nós". Na qualidade de cidadã de Lisboa, sublinhou ainda, deixou uma proposta para que a AML aprove uma deliberação que inste o governo a classificar aquela sala como património de interesse nacional.
O futuro Hospital de Todos-os-Santos, em Marvila, que deverá entrar em funcionamento em 2027, vai substituir os hospitais da Unidade Local de Saúde São José: Santa Marta, Capuchos, São Lázaro, Curry Cabral, Dona Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa.
Fonte/Foto: CM Lisboa