Os projetos de investimento na regeneração das zonas degradadas de Lisboa, que irão permitir disponibilizar nos próximos anos cerca de 3 000 novas habitações municipais, foram apresentados a 12 de maio no encontro do Conselho Municipal de Habitação.
Na reunião, a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, destacou os progressos significativos na requalificação da Quinta do Ferro, onde serão criadas 90 habitações com renda acessível, novos espaços verdes, uma praça e um estacionamento subterrâneo, e sublinhou, ainda, a relevância da recente aprovação da delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Vale de Chelas, uma medida estratégica com impacto alargado na cidade.
A recente aprovação da alteração ao Plano de Urbanização do Vale de Santo António, acrescentou, viabiliza o desenvolvimento de um novo bairro sustentável, com aproximadamente 2 400 habitações em terrenos municipais, equipamentos públicos e um parque urbano com cerca de 8 hectares.
Estas intervenções integram-se no âmbito do Programa 5 Vales que contempla ações estruturantes também na Avenida Almirante Reis, no Vale de Alcântara e na encosta da Ajuda, zonas prioritárias para a requalificação e coesão territorial.
Também destacado foi o processo de loteamento municipal do Casal do Pinto, atualmente em fase final, que permitirá a construção de cerca de 200 habitações municipais e um novo jardim.
Foi ainda referida a conclusão recente da 1.ª fase da Via Estruturante de Santa Clara, um eixo rodoviário que melhora a mobilidade, segurança e conforto, especialmente para os utentes mais vulneráveis. Financiada pelo PRR, esta fase inclui a requalificação da Av. Glicínia Quartin e vias adjacentes. Quando concluída, a via ligará as Galinheiras e a freguesia de Santa Clara à cidade.
A criação do Programa Melhor Cidade, salientou, tem o objetivo de intervir nessas zonas esquecidas, melhorando a coesão territorial e a qualidade do espaço construído.
Através da dinamização de zonas e bairros de Lisboa identificadas como áreas prioritárias para intervenção, a Câmara Municipal de Lisboa tem desenvolvido vários projetos, nomeadamente a requalificação do espaço público, infraestruturas, e regularização cadastral nas 10 Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) da cidade: Bairro do Alto do Chapeleiro, Bairro dos Sete Céus, Quinta do Grafanil, Quinta da Torrinha, Galinheiras, Quinta da Mourisca, Rua Particular à Az. da Cidade, Quinta do Olival, Rua Particular à Az. Lameiros e Azinhaga Torre do Fato.
No contexto da regularização dos bairros ex-SAAL (Serviço de Ambulatório de Apoio Local), foram concretizados em 2022 os recenseamentos dos bairros Horizonte, Carlos Botelho e Portugal Novo e em 2023 foram aprovados os loteamentos dos dois primeiros.
As obras de urbanização do espaço público no Bairro Horizonte terão início este ano, estando já definidos os critérios de regularização das habitações. Para breve, está previsto o lançamento de um concurso de ideias para a requalificação do Bairro Portugal Novo e, ainda este mês, um concurso para cooperativas destinado à construção de um edifício com 12 habitações em Benfica. Também o Bairro Padre Cruz, Bairro da Boavista e Bairro São João de Brito foram já objeto de loteamento municipal e ações de requalificação.
A vereadora da Habitação, Filipa Roseta, realçou, por seu lado, que “a regeneração urbana destes bairros está a ser feita com, e para, a população local”, num processo “fortemente participado” pelas juntas de freguesia e associações de moradores, no âmbito dos Gabinetes de Apoio aos Bairros de Intervenção Prioritária (GABIP).
Fonte/Foto: CM Lisboa