2025/06/04
No encerramento do ciclo de conferências “Lisboa, Uma cidade para Todos”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu uma política de imigração “eficaz, digna e firme” e alertou para os riscos de ausência de estratégia num país onde os imigrantes representam já 30% da população da cidade.
O Centro de Informação Urbana de Lisboa acolheu hoje a conferência “De todos os Lugares, Uma Só Cidade”, dedicada à reflexão sobre políticas de acolhimento, integração e participação cívica na capital.
O painel de abertura, “Portugal que acolhe: Políticas e Práticas de Acolhimento e Integração”, teve a participação de representantes da Agência para a Integração, Migrações e Asilo, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e da Junta de Freguesia de Arroios. Em foco, estiveram os desafios do acolhimento de requerentes de asilo, o papel dos serviços sociais municipais e o trabalho de proximidade desenvolvido a nível local.
No segundo painel: “Incentivar a participação na construção de uma Lisboa para todos”, representantes de associações como a Mundo Nôbu, a Associação de Imigrantes do Nepal e a Culturface, frisaram a importância da representatividade e do envolvimento ativo das comunidades migrantes na vida da cidade.
No encerramento do ciclo de conferências “Lisboa, Uma cidade para Todos”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu uma política de imigração “eficaz, digna e firme”, alertando para os riscos de ausência de estratégia num país onde os imigrantes representam já 30% da população da capital.
“Se não tivermos políticas, se não tivermos prioridades, passamos de ser um país que recebe dignamente para um país que explora”, vincou o autarca.
O reforço na fiscalização de situações de habitação ilegal, foi defendido por Carlos Moedas, para quem “a primeira responsabilidade é garantir que todos tenham um teto”. A integração, acrescentou, deve assentar no papel dos atores locais e nas comunidades que atuam no terreno: “Quando são eles a liderar os processos, tudo muda”.
O autarca reiterou, ainda, a necessidade de definir “o que o país precisa” em termos de imigração, de garantir contratos de trabalho à chegada e de investir na aprendizagem da língua e na compreensão dos valores europeus: “Portugal precisa de imigrantes, mas precisa de saber receber com dignidade”, concluiu.
A CML tem promovido diversas iniciativas para a integração de migrantes e a promoção da interculturalidade, como o Plano Municipal para a Integração de Migrantes, a participação na Rede Portuguesa de Cidades Interculturais e a criação do Conselho Municipal para a Interculturalidade e Cidadania, estrutura que envolve associações representativas de comunidades migrantes e minorias étnicas. Entre outras medidas, a autarquia organiza o Fórum Municipal para a Interculturalidade e disponibiliza formação gratuita em áreas como cidadania digital e línguas, e ainda uma plataforma digital para facilitar a integração “digna e estruturada” de imigrantes no mercado de trabalho da cidade.
Fonte/Foto: CM Lisboa