2025/03/24
O Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), inaugurado a 21 de março, abriu as portas ao público no passado sábado, com três dias de entrada gratuita. Localizado no edifício do antigo Palácio Condes da Ribeira Grande, o MACAM exibe a coleção privada de Armando Martins com mais de 600 obras, desde o final do século XIX até à atualidade.
Com uma área total de 13 mil metros quadrados, o MACAM integra cerca de 2 mil metros quadrados expositivos, com 215 peças de um acervo que ultrapassa as 600 obras. Esta coleção é fruto do trabalho de meio século de Armando Martins, que começou por adquirir serigrafias aos 18 anos e, pouco antes do 25 de Abril de 1974, comprou a sua primeira peça original, uma pintura de Rogério Ribeiro.
A nova ala do MACAM, criada para ligar o palácio histórico ao espaço expositivo, destaca-se pela fachada inovadora, revestida com azulejos tridimensionais concebidos pela artista e ceramista portuguesa Maria Ana Vasco Costa, premiada em fevereiro nos Surface Design Awards, em Londres. Entre os principais nomes presentes na coleção encontram-se grandes figuras da arte portuguesa, como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Chafes, José Pedro Croft e Lourdes Castro, entre outros. “Um cruzamento entre a tradição e a inovação, entre a história e a modernidade”, observou Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
“Entrar neste novo museu é ver transformação. É ver algo extraordinário. Não é só a recuperação do Palácio do século XVIII, não é apenas a recuperação do património, é todo o novo edifício que vai abrigar as exposições temporárias. Ver a forma como os azulejos da Grande Mariana Baixo Costa cobrem a fachada é incrível.”
Além de duas galerias reservadas a exposições permanentes, o MACAM conta também com duas galerias dedicadas a mostras temporárias, um restaurante e um bar numa antiga capela. O público poderá percorrer as quatro galerias do museu, onde se encontra patente a exposição inaugural “Uma coleção a dois tempos”, com curadoria de Adelaide Ginga e Carolina Quintela, que retrata desde movimentos naturalistas e modernistas, à vanguarda portuguesa e fotografia contemporânea.
“Esta zona de Alcântara a Belém transforma-se num verdadeiro cluster da arte contemporânea, um unicórnio da arte contemporânea. Aqui temos o MAAT, temos o Museu de Arte Contemporânea do CCB, temos a Arte Lisboa, temos o Torreão Nascente, vamos ter o Museu Julião Sarmento e vamos ter um novo Centro de Arte Contemporânea de Lisboa, com todas as obras que a Câmara compra na Arte, mas depois não expõe. Portanto, vamos passar a ter na Avenida da Índia, o novo Centro de Arte Contemporânea.” sublinhou Carlos Moedas.
O MACAM terá entrada gratuita todos os primeiros domingos do mês, entre as 10h e as 14h.
Fonte/Foto: CM Lisboa