A poética Brasileira do Chiado comemora 117 anos
LISBOA
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No dia 19 de novembro, a casa poética de Lisboa completou 117 anos e celebrou a data relembrando o espírito da casa como espaço de poesia e arte tendo como convidado um “Fernando Pessoa em pessoa”.
A estátua de Fernando Pessoa ganhou a companhia de um Fernando Pessoa em carne e osso, na comemoração do 117º aniversário da Brasileira do Chiado.
Desde 1905, tem sido assim: ir a Lisboa e não tomar uma bica no Café A Brasileira do Chiado é como não ter ido a Lisboa. Some-se ao prazer do café, o de se sentar à esplanada e ver a cidade passar, saudado pela estátua do Poeta Chiado, na companhia de Fernando Pessoa, sempre disposto para uma fotografia de recordação.
Desde 1905, tem sido assim. E também foi assim no último 19 de novembro, quando A Brasileira do Chiado celebrou os 117 anos de existência no melhor estilo A Brasileira do Chiado, com as mesas cheias gente e de vida, a esplanada um disputado ponto de observação do alegre pulsar de Lisboa e a arte e a poesia como convidados
Arte e poesia a cargo do próprio Pessoa. Para um passante mais distraído, era como se a estátua do poeta ganhasse vida para declamar entre os presentes os poemas de A Mensagem. “A ideia foi justamente essa, a de que Fernando Pessoa estivesse presente na festa”, explica Sónia Felgueiras, responsável pela comunicação do café.
A presença do “Pessoa em pessoa” foi a forma de A Brasileira do Chiado presentear os clientes no dia do seu aniversário. Quem vestiu a pele do poeta foi o ilustrador e declamador Eduardo Roberto, que há 18 anos herdou do avô um chapéu igual ao de Pessoa e desde então meteu na cabeça o chapéu e a ideia de não o tirar mais dali.
No sábado 19 de novembro, porém, Eduardo foi mais Fernando Pessoa do que nunca. Sentado à esplanada no Chiado, por entre chávenas de café e com uma edição de A Mensagem em mãos, declamou poesia em viva voz e também aproveitou para mostrar uma outra faceta sua – e também de Pessoa – menos óbvia, a de ilustrador.
A performance do artista no aniversário de A Brasileira do Chiado faz parte da intenção do café em estreitar a imagem de Pessoa à casa a qual o poeta fez de sua casa, onde o poeta reunia-se com os amigos, envolto pela névoa das chávenas de café e do tabaco, sem a pretensão de nada ser, a despeito de ter em si todos os sonhos do mundo.
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